O editorial do Estadão e a coluna da página quatro do Globo - que retrata a opinião do patrão - não deixam dúvidas. Eles têm medo de Dilma governar com maioria no Congresso.
Foi assim em 1964. Mas agora não vai dar! Adivinha por quê? Por que existe a Internet
Desde 1945 que as eleições só coincidiam de 20 em 20 anos. O Presidente era eleito de cinco em cinco anos, os deputados, de quatro (perdoem) em quatro, e os senadores de oito em oito anos. Porém, de 20 em 20 anos o presidente e o Congresso seriam eleitos na mesma data.
Em 1965 iria acontecer a perigosa coincidência de datas, com a nítida predominância do partido do presidente João Goulart - PTB.
Ninguém tinha dúvida de que o presidente eleito – que poderia ser Leonel Brizola – teria maioria no Congresso e poderia fazer as reformas populares que se anunciavam necessárias.
Não foi por outro motivo que “as forças da reação” apoiadas pela mídia (a mesma de hoje), alguns militares descontentes – cabeça feita contra o “perigo do comunismo” e da “república sindicalista” – patrocinados pela CIA e pelas multinacionais aqui instaladas, resolveram dar um golpe para não permitir as eleições de 1965.
HOJE NEM TENTAM DISFARÇAR
Na falta de apoio, porque os militares (assim como o povo) não são mais enganados pelas manchetes destorcidas, e os empresários não estão tão descontentes assim, a mídia comandada pelo consórcio ANJ/Abert partiu sozinha para a briga, tentando criar clima para reduzir o apoio popular aos partidos da base do Governo tentando duas vitórias:
1 – levar a candidata (que sabidamente vai vencer as eleições) ao segundo turno, onde seria levada a “negociar” com eles um apoio formal, onde poderiam manter o atual sistema de distribuição de verbas publicitárias. Ou - quem sabe? - um pouco mais;
2 – reduzir o apoio popular aos candidatos da base do governo, para que eles não venham a ser maioria no Congresso. Isso ela só permitiria a Fernando Henrique, que falava a mesma língua e seguia a mesma cartilha neoliberal.
Reconhecendo a derrota por antecipação, o “sistema” passou a apelar para seus “mídia boys”, tipo Pedro Simon, e usar a (não sei se inocente) Marina Silva, como escada para levar Serra ao segundo turno.
E como se não bastasse, passa a destilar ódio nas manchetes de primeira página, como hoje (25/9/2010):
“Governo avança (sic) na Petrobrás, mas o investimento é privado” – ou “Julgamento de Ficha Limpa no STF pode voltar à estaca zero - “Peluso culpa Lula por não ter preenchido a 11ª vaga no Supremo”
Quando todo mundo sabe que o presidente Lula deixou (democraticamente) para decidir essa escolha depois das eleições, ouvindo o(a) novo(a) presidente eleito(a).
Já sobre a Petrobrás, O Globo não conseguiu esconder a revolta por Lula ter recomprado as ações que Fernando Henrique vendeu.
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