Nem mesmo a Tropa de Elite da PM paulista escapou do abandono das delegacias paulistas. Depois de esperar 12 horas para registrar um Boletim de Ocorrência de prisão por tráfico de drogas no 46º Distrito, localizado em Perus (zona norte), policiais da Rota pediram ajuda ao Comando.
O coronel Paulo Adriano Telhada, comandante da Rota, admitiu que telefonou para o secretário de Segurança Pública do Estado no último dia 5. Antonio Ferreira Pinto teria então ligado para o diretor da Polícia Civil e este para a delegada responsável pela seccional do 46º DP que, por sua vez, foi procurar o delegado plantonista para que ele registrasse a ocorrência.
A longa espera dos policiais e a interferência até do próprio secretário de Segurança denunciam a falência das delegacias paulistas, onde faltam escrivães, investigadores e delegados, além de tecnologia para agilizar e aprimorar o atendimento à população.
Os PMs, que haviam chegado ao Distrito às 13h00 do dia 05 de janeiro, conseguiram finalizar o Boletim de Ocorrência apenas à 1 hora do dia 06. Eles prenderam duas mulheres em flagrante com 3 quilos de cocaína, 300 gramas de crack, uma espingarda e munições.
A falta de profissionais, as escalas de trabalho mal planejadas e os baixos salários preocupam os policiais civis. A Associação e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo já falam em deflagravar uma greve em março, caso o governo não atenda reivindicações que foram negociadas ainda na greve de 2008, como a reposição salarial.
"Temos o pior pagamento do país, isso tem que mudar. Muitos colegas estão indo trabalhar em outros Estados e os policiais que ficam estão em um regime de escravidão", denuncia a presidente da Associação dos Delegados, Marilda Pansonato Pinheiro.
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